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Com foco em gestão, Agros XXI chega à 24ª edição

Evento reuniu em Santa Maria/RS mais de 100 clientes do Grupo Agros das áreas de Assessoria, Consultoria e da Agro1

Ser “bom de lavoura” é fundamental, mas não basta. Muitos negócios fazem um excelente trabalho na produção e perdem na gestão. Gerir é tão ou mais importante do que produzir. A conclusão da palestra do economista chefe da Farsul e consultor da Agromoney, Antônio da Luz, deu o tom da 24ª edição do Agros XXI, realizado na terça-feira, 13 de setembro, no Salão de Eventos Ouro Preto, em Santa Maria/RS.

Casa cheia e atenção ao risco

Reunindo mais de uma centena de clientes do Grupo Agros, a atividade foi aberta pelo coordenador da Assessoria da empresa, Carlos André Fiorin, responsável por apresentar o histórico de mais de duas décadas referentes à produtividade, custos e resultados das safras de soja, milho e trigo, de acordo com a base de dados da Agros.

A partir dos números, Fiorin forneceu orientações técnicas e indicadores capazes de auxiliar o produtor na tomada de decisões da safra 22/23, chamando a atenção para custos de insumos e preços, margem das operações e riscos. “Não é que o cenário piorou, o risco é que aumentou. Por isso, é fundamental estar atento à gestão para evitarmos surpresas”, pontuou Fiorin. 

Nadando com tubarões

Com o tema “Nadando com tubarões”, Antônio da Luz foi o segundo palestrante da tarde – e, de largada, sacramentou: “gestão não é algo hereditário. É algo desenvolvido”. Em seu painel, o especialista compartilhou o que é possível aprender com as experiências de gestão da SLC Agrícola e da Terra Santa Agro.

Da Luz trouxe elementos que compõem a análise da gestão econômico-financeira de ambas as gigantes do agronegócio, passando pela evolução das características; análise dos resultados, de rentabilidade e da qualidade das decisões de investimento e financiamento; além de análise riscos de curto e longo prazos. Ao final, o economista reforçou os seguintes entendimentos:

# A escala ajuda, desde que sirva para melhor dinamizar RH, manutenções, combustíveis e reduzir ociosidade dos investimentos. Isso pode acontecer quando se aumenta de 100 ha para 200 ha ou de 100 mil ha para 200 mil ha, depende das decisões de gestão. “Só aumentar a escala com um fim em si mesma não resolve nada e pode ser uma grande dor de cabeça”, resumiu;

# As empresas não quebram por falta de patrimônio ou por falta de lucro; elas quebram por falta de caixa. Caixa é rei;

# Os negócios, antes de crescerem, precisam se organizar para o crescimento. Não é porque “surgiu uma área” ou porque determinada máquina ou equipamento está com boas condições que se deve crescer imobilizar;

# O negócio se move por rentabilidade;

# A SLC Agrícola é um exemplo de companhia: faz um excelente trabalho de lavoura e tem excelência em gestão, por isso alcançou o patamar atual de produção de 660 mil hectares;

# Se escala e produtividade fossem tudo, a Terra Santa estaria crescendo e disputando áreas com a SLC Agrícola. E não sendo comprada por ela.

Tendências para o mercado da soja e milho

O último painel do evento, sob responsabilidade da analista de mercado de grãos da AgRural, Daniele Siqueira, tratou das tendências para o mercado da soja e milho em 22/23. Em sua explanação, Daniele, que tem vivencia e atuação nos EUA desde 2007, trouxe ao debate ofertas e demandas para ambos os cereais, observando aspectos como o menor volume de importação da China, o crescimento da soja na América do Sul e o ritmo de comercialização no Brasil, sem esquecer de discutir aspectos da macroeconomia e financeirização dos mercados agrícolas. Segundo ela, a sigla para ficar de olho em 2023 é FED (Banco Central dos EUA).

Soja em resumo

Fatores negativos: pressão dos juros mais altos do FED (fuga das commodities); safra cheia nos EUA; 35 milhões de toneladas a mais na América do Sul (numa safra de produção normal); queda no ritmo de consumo da China; exportação fraca no 4º trimestre; comercialização 22/23 lenta.

Fatores positivos: estoques dos EUA seguem apertados; e taxa de câmbio. “Agricultura é câmbio”, completou Daniele Siqueira.

Milho em resumo

Fatores negativos: grande quantidade de milho da safrinha 22 ainda por vender; exportação firme, mas preço em dólares alto, o que dificulta ‘explosão’ da demanda internacional; há previsão de ainda mais milho na safrinha 22/23; exportação da Argentina segue forte.

Fatores positivos: produção menor nos EUA e União Europeia; Ucrânia ainda longe da normalidade; importância chinesa pode dar algum alento; câmbio.

Avaliação positiva

O encerramento teve a participação do sócio fundador do Grupo Agros, Gilnei Molossi, e da diretora geral da empresa, Ana Cristina Cantele Coimbra – para quem o evento alcançou os objetivos. “Estamos há mais de 36 anos gerando soluções através da implantação de gestão profissional, com foco na produtividade, lucratividade e longevidade. É pela relevância do tema, atrelado a nossos princípios e valores, que trouxemos especialistas e diferentes olhares nesta edição do Agros XXI. Felizmente, tivemos uma excelente tarde de troca de informações e geração de conhecimento, auxiliando nossos parceiros e nos animando a seguirmos com foco e força diante dos desafios e oportunidades do negócio”, destacou Ana.

Por Salus Loch, de Santa Maria

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